terça-feira, 28 de junho de 2011

VAMOS GANHAR UM TELHADO NOVO!

Ontem, tive de ir ao Lar da 3ª Idade e, por mero acaso, encontrei o Provedor da Misericórdia, que por amabilidade, me foi mostrar as obras que ali decorrem. Tinha a ideia que eram meras obras de beneficiação e modernização das instalações - que, já antes destes trabalhos, eram muito boas.
Na verdade, as obras, que são de vulto, para além da ampliação e modernização necessárias, têm também, uma qualidade muito alta e, sobretudo, ao nível do conforto e da segurança dos idosos, creio que serão exemplar. Estes trabalhos melhorarão as condições de trabalho e assistência aos utentes.
Mas, não há bela sem senão!
Ao nível das coberturas, o que está previsto para o edifício antigo, é apenas uma limpeza e substituição das telhas partidas, que, apesar de terem apenas cerca de 20 nos, já se encontram bastante danificadas. Ora, o ideal, era que - uma vez que se está a mexer em tudo - o telhado fosse substituído, em toda a área do edifício existente, e, colocar uma cobertura melhorada ao nível térmico, idêntica à que foi aplicada na zona da ampliação. Desta forma, e dado que a nova cobertura é em chapa de zinco puro, assente sobre um painel de roofmate com 8 centímetros, teríamos muitas décadas sem ser necessário haver obras no telhado, para além do enorme benefícios em termos térmicos, que ajudariam a poupar muito dinheiro, que hoje é gasto no aquecimento e no arrefecimento do ambiente. Melhoraria a temperatura ambiente, protegendo o interior dos excessos e proporcionaria melhores condições de habitabilidade aos idosos.
No decorrer da conversa, o sr. Ferreira da Silva informou-me que tal mudança representaria um encargo de cerca de 60.000 euros, dada a extensão das coberturas a substituir, e que a Misericórdia, não tem possibilidades financeiras de se meter nesta obra. De facto, dada a necessidade de adequar as instalações à nova legislação - e ao facto de haver muitas obras a mais por se estar a requalificar um espaço antigo - o orçamento inicial foi já há muito ultrapassado.
Agora, vamos lá pensar como Penalvenses:
Será que não é altura de se pedir, a quem pode, mais um apoio?
Claro que é! A Câmara Municipal, que sempre arranja dinheiro para festas e festinhas, não poderá - mesmo que seja metade este ano e metade para o ano que vem - comparticipar este melhoramento?
Sabemos que está a comparticipar com 10% do valor das obras. Mas não poderá arranjar um apoio extraordinário dadas as circunstancias? Na verdade, outras instituições relevantes, mas com menos peso na criação de postos de trabalho e menos peso social, têm beneficiado de acréscimos aos apoios normais.
Se nesta circunstância a Câmara Municipal não ajudar, que justificação encontrará no futuro para dar apoios financeiros a colectividades, cujo único fim, é a satisfação do ego de meia dúzia de indivíduos.
E, já agora, não será altura da Assembleia Municipal - para além de sugerir - exigir à Câmara Municipal que apoie a mudança do telhado do Lar da 3ª Idade, para melhoria das condições de funcionamento de uma casa que é de todos nós e para a qual desejamos o melhor?
Se houver um pingo de vergonha na cara dos responsáveis, ESTA OBRA NÃO FICA POR FAZER!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

62º Aniversário dos B. V. de PCT

Ontem, os Bombeiros Voluntários, comemoraram o 62º aniversário. O que é normal, pois, os anos passam e as datas são para se recordar e algumas para se comemorar. No entanto, comemorar o 62º aniversário é quase o mesmo que comemorar o 158º mês ou a 1.327ª semana. Isto é, é apenas uma data para lembrar.
O que é usual, é festejar-se o 10º, 25º, 50º, 75º ou 100º aniversários!
Parece-me, ainda, que dadas as dificuldades financeiras que o país e todas as instituições atravessam, gastar dinheiro num almoço neste momento, cai mal! Pior ainda porque as instalações andam em obras de ampliação e todos os dinheiros são poucos.
Há erros que nem a desculpa de oferecer um almoço ao Corpo Activo, convence. Louvamos os esforços de todos e, principalmente, daqueles que dão o corpo ao manifesto. No entanto, parece-me que esses, os verdadeiros heróis do dia a dia, veriam com bons olhos que o dinheiro gasto no almoço fosse melhor empregue.
Ontem, estiveram presentes no almoço do 62º aniversário, dois dos antigos directores que, sem vaidade e com muito trabalho, meteram ombros à tarefa de construir o actual quartel no final dos anos 70. Numa altura difícil, sem dinheiro e com muito poucos subsídios, meteram-se sem medo nesse empreendimento, e, com sucesso, foi possível inaugurá-lo em Junho de 1980, já lá vão 31 anos. Pois nenhum responsável foi capaz de lhes fazer uma breve referência e reconhecer, publicamente, que, graças ao esforço desinteressado e ao empenho daqueles dois antigos directores, Prof. António Silva e Sr. José Antunes de Barros - e de outros que memórias mais penalvenses não deixam esquecer - foi possível sair do barracão onde durante 31 anos tinham estado.
Já agora, e porque também me toca, a madrinha do Quartel do Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo, é a minha Mãe, quase com 95 anos e que, desde a inauguração até hoje, nunca foi lembrada ou convidada para qualquer festividade ou comemoração da instituição. E, acreditem, ela foi convidada para madrinha, não foi pelos seus lindos olhos. Aliás, não acredito que haja em Portugal, outra madrinha de qualquer outro Quartel de Bombeiros, mais idosa do que ela.
De vez em quando, fica bem aos responsáveis, descerem um pouco do seu pedestal e reconhecerem que, antes deles, outros já por lá passaram e que, foram eles que iniciaram ou deram continuidade ao Passado da instituição.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

10 de Junho-Dia de Portugal

EM 6 DE MARÇO DE 2009 APRESENTEI NA CÂMARA ESTA PROPOSTA QUE FOI APROVADA POR UNANIMIDADE. NO ENTANTO, APESAR DE A MAIORIA PSD/CDS A TER APROVADO TAMBÉM, NUNCA INICIARAM QUALQUER CONTACTO COM QUEM QUER QUE SEJA, PARA QUE AS OSSADAS DOS PENALVENSES MORTOS NA GUERRA DO ULTRAMAR REGRESSEM ÀS SUAS TERRAS.
DEPOIS, DIZEM QUE SÃO PENALVENSES!
COMO, SE NEM AOS MORTOS CUMPREM AS SUAS PROMESSA? COMO, SE NEM OS SEUS MORTOS RESPEITAM?

PROPOSTA

Gabriel de Albuquerque Costa, vereador independente eleito nas listas do PS, vem apresentar a seguinte proposta:
Durante a Guerra do Ultramar Português, morreram, nas ex-províncias de Angola, Guiné e Moçambique, milhares de portugueses, entre eles, 10 naturais do concelho de Penalva do Castelo. Independentemente das ideologias de cada um, ao tempo, aquela missão destinava-se a defender o território português além-fronteiras e era um desígnio nacional e patriótico.
Infelizmente, por motivos que não interessa agora discutir, nem todos os corpos dos nossos conterrâneos voltaram à terra que os viu nascer. Em grande parte dos casos, os locais onde foram sepultados mereceram o respeito dos seus antagonistas e dos povos, entretanto independentes, por acção do 25 de Abril.
Não devem, os vivos, esquecer os mortos e, muito menos, se isso for possível, deixar de lutar para que os seus corpos regressem para junto das suas famílias. A Liga do Combatentes, tem levado a efeito um trabalho merecedor da nossa admiração na identificação dos locais onde jazem os corpos dos combatentes e, tudo tem feito para que o seu regresso às origens se concretize.
Estive entre os milhares de mobilizados e cumpri o meu serviço militar em Angola. Sinto como é importante que os corpos dos nossos camaradas mortos possam voltar para terem um descanso digno entre os seus. Todos os mobilizados para a defesa dos ex-territórios ultramarinos portugueses e naturais do concelho de Penalva do Castelo partilharão desta vontade e saberão prestar a devida homenagem aos que fizeram o sacrifício supremo em nome da Pátria.
Assim, proponho que esta Câmara Municipal, indique um membro do Executivo ou da Assembleia Municipal, e, convide 4 cidadãos ex-combatentes para formar uma Comissão de Recuperação dos Corpos dos Naturais do Concelho de Penalva do Castelo, e que lhes forneça os meios para, em nome do Município e de todos os Penalvenses, encetar contactos com vista à identificação, recuperação e transladação, para os locais de onde são naturais, dos corpos que ainda estão nos territórios de Angola, Guiné e Moçambique.
Os nomes, naturalidade e locais onde estão enterrados todos os que morreram na defesa da Pátria naturais de Penalva do Castelo, são os seguintes:
ANTÓNIO DE FIGUEIREDO RODRIGUES, natural de Real, falecido na Guiné em 12-07-1969 e com sepultura em Quintela, Mangualde;
ANTÓNIO DOS SANTOS, natural de Pousadas, falecido na Guiné em 09-06-1967 e enterrado em Casal das Donas;
ANTÓNIO MARTINS LEMOS, natural dos Abogões, falecido em Angola, em 25-12-1963 e com sepultura em Germil;
AUGUSTO TORRES DA COSTA, natural de Penalva do Castelo, falecido em Moçambique, em 08-03-1971 e com sepultura em Penalva do Castelo;
FERNANDO DE ALMEIDA AMARAL, natural de Quintãs, falecido em Angola em 10-06-1967 e com sepultura no Talhão Militar do Cemitério de Luanda, Campa nº 305;
FRANCISCO ALBUQUERQUE RAIMUNDO LEMOS, natural de Aldeia das Posses, falecido em Angola em 03-06-1965 e com sepultura no Talhão Militar do Cemitério de Luanda, Campa nº 201;
FRANCISCO PAIS LOPES CUNHA, natural de Penalva do Castelo, falecido em Moçambique em 08-12-1974 e com sepultura em Penalva do Castelo;
JOSÉ ALBERTO AGUIAR, natural de Castelo de Penalva, falecido em Angola em 11-07-1969 e com sepultura em Castelo de Penalva;
MANUEL CABRAL RIBEIRO, natural de Pindo, falecido em Moçambique em 30-12-1965 e com sepultura em local desconhecido;
PEDRO DO CARMO AUGUSTO, natural de Sezures, falecido na Guiné em 25-11-1967 e com sepultura em Sezures
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6 de Março de 2009
Gabriel Costa

PS: Por coincidência, depois de postar este artigo, li no Correio da Manhã de hoje que as ossadas do militar MANUEL CABRAL RIBEIRO, chegaram ontem a Pindo, graças à Liga dos Combatentes:
www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/familia-recebe-corpo-de-miltar




Esta fotografia é do local que me pareceu ser a campa n.º 201, no Talhão Militar do Cemitério de Luanda, Angola, e onde deveria estar o Penalvense FRANCISCO ALBUQUERQUE RAIMUNDO LEMOS. Não consegui identificar o local da Campa n.º 305, onde está o Penalvense FERNANDO DE ALMEIDA AMARAL, dado o abandono a que foi votado o Talhão Militar, pelas autoridades portuguesas.


Ler em: www.angola3441.blogspot.com "Onde está a dignidade do estado português"

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mas que habilidosos

Na página da Câmara Municipal -http://www.cm-penalvadocastelo.pt/- está colocado um inquérito que pretende saber a opinião dos munícipes sobre a importância dos novos arruamentos que ligam o Alto de Sangemil a Gôje e à Estrada da Ínsua, a chamada Circular à Vila, perguntando se acham útil aquele investimento. Tem 3 opcções; SIM, NÃO e SEM OPINIÃO.
Quando esta sondagem (?) foi lá colocada, de imediato se verificou que, por uma larguíssima maioria, o NÃO estava a ganhar. Ora, dias depois, as coisas inverteram-se e passou o SIM a liderar.
Normalmente, as votações refletem desde o início as tendências que se irão manter até ao fim. No entanto, a rapidez e a quantidade de respostas positivas levou-me a suspeitar que alguma coisa estaria errada e ali haveria marosca. E tinha razão. Explicando: estes inquéritos destinam-se a aferir, de uma forma não científica, a opinião dos cidadãos sobre um determinado sector da actividade camarária ou sobre a importância de determinados eventos ou realizações. Mas, para evitar que os resultados finais sejam enganadores e para haver alguma fiabilidade, é barrada a repetição dos votos vindos da mesma fonte. Isto é: se a resposta já foi dada por uma determinada pessoa, cuja identidade do seu correio electrónico é identificada pelo sistema, barra uma segunda resposta dessa origem, evitando, assim, o falseamento dos dados finais. Quero dizer que ninguém poderia votar 2 vezes. A batota que a Câmara fez, foi não impedir a repetição do voto e, se alguém quiser, pode votar 100 ou 200 vezes sem problema, desde que o faça em ocasiões diferentes. Experimente!
Assim se explica a forma como muito rapidamente se mudou o sentido do voto das pessoas e a Câmara garante que vai ter um resultado favorável no final do inquérito!

Já estou a imaginar que, perante as respostas negativas que eram uma larga maioria, havia alguém que todos os dias fazia andar o marcador a favor da Câmara. Habilidosos, hem!