terça-feira, 30 de outubro de 2012

...uma terra onde dá gosto viver???

É este o slogan que a Câmara Municipal apregoa. "Dá gosto viver em Penalva", diz o Presidente da Cãmara na sua mensagem de boas vindas, na internet e em tudo o que é propaganda do concelho.De facto só se for para ele e alguns privilegiados que, vindos de fora, aqui encontram emprego, coisa que os jovens de cá não têm. Os Penalvenses são tratados como lixo e desrespeitosamente. Esta gente que apregoa o "bom ambiente" no concelho de Penalva e depois despeja quantidades industriais de merda no Rio Dão, cometendo um atentado ao ambiente, deve estar a gozar connosco.



Mais uma vez, como é habitual, a Câmara Municipal descarregou toda a porcaria da ETAR de Gôje, no Rio Dão. O fedor é insuportável, a merda (não há outra palavra mais elucidativa) cobre o rio e agarra-se ás arvores, pedras, ervas e a tudo o que banha(?). Peixes, já não há! As águas têm cor cinzenta, castanha, amarela e esverdeada, todas as cores menos o aspecto cristalino que deveria ter. Mais do que inconsciência e desgoverno, é CRIME!
Estas fotografias foram feitas no dia 29 de Outubro no Pontão da Marinha e na Ponte de Trancoselos

sábado, 27 de outubro de 2012

QUEM DEFENDE OS PENALVENSES?


O Presidente da Câmara de Penalva do Castelo, resolveu, sem mais nem menos, ser solidário com o concelho do Sátão, prejudicando os penalvenses que o elegeram e a quem deveria ter defendido.

A coisa conta-se em poucas palavras: a Reforma Judiciária que o Ministério da Justiça está a levar por diante, previa a extinção do Tribunal Judicial do Sátão. Mais uma machada no interior, efetivamente. As dificuldades do país obrigam á racionalização de meios e a cortes na despesa pública, o que se torna evidente e necessário. Na eminência de ver Tribunal desaparecer do seu concelho, o Presidente da Câmara do Sátão encetou, como dezenas de outros fizeram, uma luta para que tal não acontecesse. Louvável da sua parte e outra coisa não se esperava. Como corolário da sua luta, ameaçou não se candidatar nas próximas eleições autárquicas e portanto, o PSD viu-se na eminência de perder a liderança da autarquia. Tocaram as campainhas no partido e foi necessário encontrar uma solução que desse peso á sua luta.

Vai daí, telefona ao Presidente da Câmara de Penalva do Castelo - nada de oficial, portanto - e pede-lhe o seu apoio. Ora, embora tratando-se de um pedido não oficial o P. C. de Penalva, escreveu um ofício ao Secretário de Estado da Justiça, afirmando que "não via inconveniente" que os processos judiciais do seu concelho, tramitassem do Tribunal Judicial de Mangualde para o de Sátão.  Foi, pois, uma decisão particular, que emitiu sem ouvir ninguém: não ouviu os Vereadores ou a Assembleia Municipal, desrespeitando órgãos e funções. Como tal, não tem validade, na medida em que obriga todos os cidadãos de Penalva a alterarem hábitos, costumes e, sobretudo, atenta aos seus interesses e bem estar. Decidiu sozinho, sem solidariedade para com  os que o acompanham no dia a dia, mandando ás malvas todos os eleitos e sem pensar, sequer, se aquela tomada de posição era a que interessava mais aos seus munícipes. (Ou então não acreditava que quer os Vereadores quer a Assembleia Municipal partilhasse a sua maneira de pensar, e lá se ia a negociata política do PSD).

Não está em causa a manutenção do Tribunal do Sátão. Mas comprometer o bem estar e os interesses dos seus cidadãos, que o elegeram para os representar e defender, para ir ao encontro dos interesses dos cidadãos do concelho vizinho, é que não me parece correto. Mudar do Tribunal de Mangualde para o do Sátão, não é defender os nossos interesses.

O pior, é que a sua decisão foi baseada num principal pressuposto : "o Tribunal do Sátão fica mais perto 900 metros". O que não é verdade para a maioria das sedes de Junta de Freguesia do Concelho.

Não há transportes públicos entre Penalva e Sátão, por manifesto falta de rentabilidade económica, mas jura a pés juntos, que a Câmara do Sátão fará esse serviço, embora apenas seja tudo conversa fiada, pois não tem qualquer documento que o confirme. (Já se imagina um autocarro da Câmara do Sátão, estacionado em Penalva, á espera de quem tem que ir ao Tribunal do Sátão servir de testemunha ou pedir um Registo Criminal!). Decidiu particularmente,  a pedido também ele particular, do Presidente do Sátão e sem qualquer solicitação do Ministério da Justiça.

Os pressuposto para esta decisão são, no mínimo, ridículos.

Assim, decidiu, particularmente, comprometendo todos os habitantes do concelho de Penalva e não está disponível para alterar a sua decisão porque acha que os penalvenses "têm a cabeça formatada". Diz que "temos um crédito a nosso favor" nas relações como Sátão.

Então, seria bom que esse "crédito", fosse utilizado para construírem a Estação de Tratamento de Esgotos de Rio de Moinhos, que há anos despeja toda a porcaria (leia-se, merda) no Rio Coja, um pouco a montante da Nª Sr.ª de Lurdes. Esta é a água que nós consumimos da rede pública. (De certo que o despejo periódico da ETAR de Goje no Rio Dão, como aconteu nos últimos dias, lhe dá legitimidade para aceitar esta situação).

Como dizia Kant: "Os sábios reconhecem os seus erros, os ignorantes, nunca", ou, como diz o povo: "Só os burros é que não mudam".